1929. Racismo na Guarda Civil.



Em 1929, os idealizadores da recém instituída Guarda Civil de São Paulo viam na mestiçagem dos policiais um elemento de indisciplina e incapacidade operacional. Para a nova força policial paulista, este pensamento racista não era velado, como revela o edital de recrutamento para novos Guardas Civis daquele ano;


A Delegacia Regional de Polícia desta cidade recebeu da Chefatura de Polícia a circular de teor seguinte: “Senhor Delegado, solicito as vossas providencias no sentido de serem angariados neste município e apresentados nesta capital, na Guarda Civil, indivíduos que desejem alistar-se nessa corporação. Os candidatos deverão reunir as condições essenciais exigidas pelo respeitoso regulamento e que são; 1 metro e 72 centímetros de altura, no mínimo, saber ler e escrever, ter boa conduta, idade mínima 22 anos, preferindo-se homens robustos, maiores de 25 anos, de cor branca, de boa dentição e constituição física perfeita”. 
(Diário Nacional, 12/06/1929)



A nova instituição, nascida e idealizada no berço da elite dirigente do Estado bandeirante, traria antigos costumes da sociedade brasileira, especialmente o profundo preconceito em relação à população negra e mestiça.